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Foto do escritorRedação Revista Conceito

Como falar sobre pandemia e morte com crianças e adolescentes?


Nem tem como fugir do assunto: a pandemia causada pelo novo coronavírus toma conta do noticiário e das rodas de conversa. E como ficam as crianças e os adolescentes em meio a tudo isso? Como a família deve conversar com os mais novos e como lidar com a morte quando ela acontece? Se para os adultos viver em isolamento não é fácil, para as crianças pequenas, a situação pode se tornar ainda mais difícil de entender.

Por que não podem mais ir para a escola, não podem brincar com os amigos ou visitar os avós? A psicopedagoga Patrícia Marques explica que essa nova situação gera angústia e cada criança vai reagir de uma maneira. "Algumas ficam em silêncio, outras ficam mais ansiosas e agitadas, cabe aos pais entender quais são as dúvidas da criança, como ela está vendo essa questão da pandemia, não podemos dar informação demais, nem de menos", explica.

Para a psicóloga Priscila Gasparini, é muito importante falar a verdade para as crianças. "Eles estão ouvindo tudo, acompanham e sentem o que está acontecendo, é preciso explicar com uma linguagem acessível." 

Crianças pequenas entendem de maneira mais concretra. A sugestão é explicar que existe um "bichinho" no ar que pode causar uma doença e para evitar é melhor ficar em casa, lavar bem as mãos, mas que tudo isso vai passar. "Toda a criança precisa entender o motivo, não basta dizer não, ela precisa saber o porquê."

Patrícia orienta que os pais deixem que a criança fale. "Os pais devem ouvir o que a criança tem a dizer e a partir daí explicar, seja por meio de uma conversa, de um desenho", diz. Também é preciso que a família mostre que a casa é um ambiente seguro e que tudo isso vai passar.  "A criança precisa ser acolhida e é o que vai diminuir os sentimentos de angústia e medo." É preciso ter paciência

Ter crianças dentro de casa por tanto tempo não é tarefa nada fácil. Mas os dias podem se tornar mais agradáveis usando a criatividade para descontrair o ambiente familiar. Tirar tempo para brincar com os pequenos é fundamental. Seguem aqui algumas dicas de atividades que vão fazer bem a toda família. Desenhar Algo simples que toda criança ama é ter papel, lápis de cor, canetinhas e tinta guache para poder soltar a criatividade. A brincadeira vai se tornar ainda melhor se for incentivada pelos pais. Lembre-se que o mais importante sempre será a atenção que você dispensa aos pequenos. Então não exite em sentar com eles e participa da brincadeira.

Brincadeiras com bexigas de festa O “Passa Bexiga” é uma ótima atividade para estimular a coordenação. São necessários pelo menos 3 participantes. O desafio é passar a bexiga de um participante para o outro, sem deixar cair. Na ida, por cima da cabeça. Na volta, por baixo.

Bonecos de bexiga e farinha Encher bexigas com farinha de trigo e desenhar carinhas pode ser um passa tempo divertido.

Jogo da memória Que tal criar o seu próprio jogo da memória desenhando figuras em quadradinhos de cartolina? A brincadeira começa na criação do jogo.

Cama de gato É fácil criar a cama de gato. No corredor da sua casa prenda com durex várias tiras de tecido ou fitas em direções diferentes. Depois é só tentar atravessar sem soltar as fitas da parede.

Filhos adolescentes Se entreter crianças dentro de casa é difícil a coisa se complica ainda mais no caso dos adolescentes. Vale tudo em nome de tentar manter a paz dentro de casa. Talvez este não seja o melhor momento de brigas por causa do celular ou do vídeo game, já que a maioria das atividades que um adolescente gostam estão restritas no momento; que incluem jogar futebol, patinar, andar de skate, ir à praia, ao cinema etc. Mas o que um adolescente pode fazer em casa sem ser jogar vídeo game e usar o celular? Talvez seja um bom momento para aprender a fazer aquela receita preferida e descobrir que cozinhar pode ser legal. Receitas simples como preparar uma pipoca, montar uma pizza, fazer brigadeiro podem despertar o interesse pela cozinha da casa. Essas são algumas dicas, mas nada será melhor do que algo muito simples que muitas vezes os pais deixam a desejar. CONVERSE COM SEU FILHO. Conte suas experiências sempre se lembrando que você já teve a idade dele(a). Aproveite a situação para se aproximar ainda mais de seu filho. Adolescentes precisam não apenas de cobranças, precisam se sentir amparados e compreendidos. Quando é necessário falar sobre morte As especialistas também destacam que é preciso falar sobre a morte, o que para muitos ainda é um tabu. "Muitas famílias optam por não tocar nesse assunto, mas a criança precisa ouvir sobre a morte para aprender a lidar e o trauma ser menor na falta de uma pessoa querida," explica Patrícia. O ideal é lidar com o assunto de uma maneira serena e mostrar que a morte faz parte da vida. Contar histórias e dizer que apesar das perdas, quem fica precisa seguir em frente. "Mostrar o ciclo de vida da planta ou mesmo dos bichinhos de estimação, explicar que um dia eles vão embora, mas as lembranças boas ficarão", destaca a psicopedagoga.

"Em caso de uma perda, a criança entende de maneira simbólica a ausência: dizer que foi para o céu, que virou uma estrelinha e que a pessoa não estará mais no convívio", destaca Priscila.Patrícia destaca que com os adolescentes, a conversa também precisa ser franca. Nessa fase, há a necessidade de conviver mais com os amigos. "Tem o medo e a insegurança de não saber quando as aulas vão voltar, como será a vida, fora que alguns querem ir pra rua e acham que nada vai acontecer, o ideal é ouvir, saber as angústias e mostrar o porquê da quarentena".

Ainda, na visão da psicopedagoga, com os adolescentes é preciso estabelecer uma rotina, os pais não devem permitir que eles fiquem no celular até de madrugada e mostrar que não estamos em férias. "A família deve criar uma rotina com a participação dos adolescente se transformar esse momento em uma oportunidade de estar mais próximo, conviver mais e fazer coisas junto como assistir filme que todos gostam."

E a conversa também deve estar presente na caso de uma morte. "É preciso deixar claro que tudo o que era possível foi feito para não gerar revolta e explicar que não é possível, neste momento, acompanhar um velório", observa Priscila. 

A psicóloga destaca que a família deve ficar atenta ao período de luto, que não deve passar de dois meses. "Se a criança ou adolescente não assimilar a perda nessa fase é preciso buscar ajuda psicológica." Fonte: noticias.r7.com/

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