Mais um episódio do conflito Maraey X Aldeia Mata Verde e Bonita aconteceu hoje (17/04) em Maricá. Após terem parte do território concedido pelo governo anterior invadido pelo início das obras do empreendimento turístico-residencial Maraey, os índios da Aldeia Mata Verde e Bonita, armados com facões tentaram impediram o prosseguimento das obras.
De acordo com o cacique Darci Tupã, poucos dias atrás, quando as obras tiveram início, ocorreu uma destruição da cobertura vegetal e do frágil solo da restinga.
“Queremos uma terra demarcada. Aqui nós pegamos nossa medicina, pegamos nossa criação de mel, nós pescamos. Quando viemos para cá, nos prometeram que seria nossa, para usarmos da melhor forma possível, para viver em paz.”
Segundo o cacique Tupã, são cerca de 41 famílias abrigadas na Aldeia com 180 pessoas.
Em nota, A IDB Brasil, proprietária do empreendimento, afirmou que a obra é totalmente legal e segue cumprindo todos os protocolos e autorizações dos órgãos competentes. “A empresa informa que, não há decisão judicial vigente que impeça o desenvolvimento do empreendimento e que, cumprindo todos os protocolos e autorizações dos órgãos competentes, iniciou as obras de infraestrutura do empreendimento em 03 de abril de 2023.
Vale lembrar que em agosto de 2013 os indígenas da Aldeia Mata Verde Bonita rejeitaram uma área de 687 mil metros quadrados oferecida pela Prefeitura de Maricá no bairro do Caxito. Desde então eles continuam na Restinga de Maricá e, pelo projeto do MARAEY, não está previso a presença da atual aldeia no empreendimento.
Nota da IDB Brasil
“A IDB Brasil respeita posições contrárias ao empreendimento e está aberta a debates, mas rebaterá sempre informações falsas, distorcidas ou contrárias à realidade.
A empresa informa que, cumprindo todos os protocolos e autorizações dos órgãos competentes, iniciou as obras de infraestrutura do empreendimento em 03 de abril de 2023.
Esta fase inicial contempla a instalação de viveiro, além de resgate e manejo de flora e fauna, seguidos da demarcação e da limpeza do viário. Não há destruição da cobertura vegetal, nem impedimento de circulação de pessoas, exceto onde estão sendo desenvolvidos as atividades de interesse público. As vias principais serão doadas ao município e servirão como importante eixo entre Itaipuaçu, Centro de Maricá e Ponta Negra, reduzindo o impacto do trânsito na rodovia RJ-106 e, também serão doadas às concessionárias dos serviços públicos as redes de infraestrutura executadas.
A IDB Brasil reforça seu respeito integral à cultura ancestral da Aldeia Tekpa Ka’aguy Hovy Porã (Mata Verde Bonita), que se instalou temporariamente em área privada do empreendimento em 2013, durante o curso do licenciamento do projeto. A empresa trabalha ao lado das lideranças indígenas da Mata Verde Bonita e de representantes da Prefeitura de Maricá e da FUNAI na busca por uma área definitiva para o assentamento permanente da aldeia, mais adequada às necessidades do grupo, com solo fértil e acesso facilitado à água, como pleiteia a comissão de representantes dos indígenas.”
Sobre Maraey
É importante ressaltar que a implantação de MARAEY significa a geração de 36 mil oportunidades de emprego na fase de operação do empreendimento; a qualificação da mão de obra local, com uma parceria firmada junto ao Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM); um aumento de R$ 1 bilhão em arrecadação anual de impostos com o complexo em funcionamento; e o reconhecimento global de Maricá como a cidade que abrigará o maior destino turístico do Brasil, contando com o apoio de companhias como Marriott International, Siemens, MAPFRE, Rock in Rio, BMW Group Brasil, SegurPro, EHL e com o suporte da família da tenista Maria Esther Bueno.
Aliado à responsabilidade econômica e social, o compromisso ambiental é um dos pilares que norteiam cada uma das ações de MARAEY. O projeto inclui: a criação da segunda maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de restinga do Estado do Rio de Janeiro e quinta maior do Brasil, o que garante preservação integral e perpétua ao ecossistema local; a maior ciclovia de um projeto privado no Brasil, com 20 km, que será conectada à malha cicloviária de Maricá para uso de toda a população do município; e o Centro de Referência Ambiental (CRA) de MARAEY, que, com a parceria de algumas das mais importantes universidades do país, vai ampliar o conhecimento e a conservação da restinga de Maricá e dos demais ecossistemas da região.
Situado na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, uma unidade de conservação de uso sustentável, o complexo ocupará apenas 6,6% do espaço com edificações, o equivalente a metade do limite permitido pelo Plano de Manejo decretado para a região e desenhado para se tornar referência mundial a nível de sustentabilidade.
Mais uma vez os índios sendo enganados. Se a área for da tribo, conforme documentos, então, que seja preservada.
Nossa política é sempre muito suja.
Seria um caso para o MPF.